terça-feira, 20 de setembro de 2011

Gata do Shopping

Acabei de ler uma piada bem engraçadinha, talvez nem pela piada, mas pelo pensamento. Ela dizia que ver o vasco na liderança do campeonato é igual ver uma vaca em cima de uma árvore: vc não sabe exatamente como ela chegou até ali, mas sabe que vai cair logo logo. Eu ri. Mas talvez nem pelo fato da piada ter sido engraçada, mas sim pq eu parei pra imaginar quando seria o dia que eu estaria andando na rua, saindo da faculdade, e passaria por uma árvore e notaria que tinha uma vaca em cima dela. Acho que depois desse dia, nada mais funcionaria da mesma forma pra mim.

Enfim, o motivo de hoje é outra coisa. Hoje eu fiz uma correria pra ajustar o financiamento da minha faculdade, e no meio dessa correria, parei no shopping pra almoçar alguma coisa e depois ir pro estágio.
Enquanto esperava minha mãe resolver algumas coisas, sentei numa mesa (não exatamente na mesa) da praça de alimentação, pra digitar umas informações de prontuário de uma paciente da semana passada, e por lá fiquei.
Eis que no início de minha árdua tarefa, se aproxima uma figura curiosa, uma mulher (até onde eu sei), e se senta na mesa ao lado, de frente pra mim. Ela começa a me encarar. Aquilo me deu um certo nervoso, pq eu não sabia se tinha alguma coisa estranha com o meu cabelo e eu nem sei o motivo, mas me atrapalhou bastante. E quando eu achava que não podia piorar, ela lança um: "muito legal o seu computadorzinho!". Muito educadamente, eu respondi: "mas é um iPad, caralho" "é, bacana, fininho, né?". É, eu sei, eu sou um bosta em continuar assuntos, e eu culpo essa minha habilidade pelo fato de eu não pegar ninguém, mas vcs tem que me apoiar nessa: eu tava correndo contra o tempo ali, e eu nunca tinha visto aquela mulher na vida (não que isso seja um padrão pros meus relacionamentos).
Depois de responder essa, eu cruzei os dedos e torci pra que ela resolvesse que não tentaria mais nenhum tipo de contato verbal comigo. Mas ela continuou encarando, e de repente, aquele ato que põe medo em qualquer cara que quer continuar o que tá fazendo depois de uma abordagem dessa: ela chegou mais perto de mim com a cadeira. Cara, não é fobia não, mas aquilo me deu um medo do caralho! Só podia ser alguma pegadinha e eu ia ganhar um lanche grátis no shopping. Fingi que não reparei os movimentos dela e procurei as câmeras ou o Sergio Malandro, mas concluí que aquilo tava realmente acontecendo. Nessa hora vc não consegue nem pensar que não pode piorar, pq se ela chegou mais perto, é pq COM CERTEZA vai piorar. Comecei a pensar de que maneira ela ia me abordar agora: "vc tem companhia pro almoço?", "qual o seu nome?", "vc vem sempre aqui" ou "oi, quer transar?". Não deu muito tempo pra pensar nisso (mas pareceu uma eternidade), quando ela usou sua arma infalível, um iniciador de conversas tão eficaz que deixou até meu grande amigo "Palim Garanham" na balada no chinelo. Tão eficaz quanto um "bom dia, como vc se chama", ela mandou um: (waaaaaaaaaaait foooooooor iiiiiiiiit)

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"VC USA ANTI-DEPRESSIVO?"
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Pronto, já te dei um tempo pra refletir sobre isso.

Minha resposta foi rápida como um reflexo, mas minha cabeça passou o resto do dia refletindo sobre a minha falta de perícia em baladas. Como eu, um rapaz bem-educado em excelentes escolas, cursando uma faculdade de medicina, nunca pensei em chegar em uma mulher perguntando se ELA FAZ USO DE ANTI-DEPRESSIVOS? Não quero roubar os créditos dela não, mas acho que acabo de revolucionar a história dos relacionamentos. Simplesmente incrível!

É claro que depois dessa investida, eu me atraí muito pelo papo e a gente conversou muito e marcou de sair.
Depois dessa, a produção do meu prontuário se intercalou com todo tipo de assunto, desde o desgosto dela com comida chinesa, até as fobias que ela tem e eu não tenho, sobre tudo que é possível imaginar. E a parte que eu mais gostei foi quando ela disse que hoje ela tava bem, então não tava usando os remédios dela. Nem tranquei meu cú (y)
Terminei o prontuário depois de umas 27 interrupções, guardei minhas coisas e fui almoçar em outro lugar, após me despedir educadamente (MORRE, DIABO!) da minha querida revolucionária.

O resto do meu dia e provavelmente o resto da minha vida aconteceu sem outras grandes surpresas dignas de pensamentos, apesar de eu ter encontrado o Seu Jorge enquanto jogava Dead Island (e mostrado meu pau cheio de prego pra ele).

Aqui vos fala um mestre das cantadas

2 comentários:

  1. Caraaaaaalhoooo muleque! Até eu fiquei apreensivo aqui! rsrs Mas fiquei me perguntando: ela era GATA ou não era?? Tudo bem que "doidinha" a gente já sabe que ela é..mas onde ficou a "gata do shopping"? rsrs
    Aew..continuo lendo tudo por aqui. Tá mandando bem! Uma hora dessas eu vou acabar criando um site (blog) pra descarregar um pouco dos meus pensamentos também..hehe
    Abração muleque!

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  2. Choreeeeeeeeeeeei com esse post, primo!!!

    Lembrei de uma história parecida... esses dias no trabalho, uma funcionária estava anotando um recado de um pessoa que queria falar com uma outra funcionária que não tinha chegado ainda.

    Ela não conhecia a pessoa, estava só anotando o recado. Eis que, no final da ligação, a pessoa pergunta pra ela: qual é o seu signo??? huhuahuahuahua

    Só dá gente doida nesse mundo!!! rsrsrs

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