terça-feira, 19 de abril de 2011

Redes Sociais

Mas que fase que vivemos, hein?

Hoje em dia, as tais redes sociais ditam o mundo. Elas e Barack Obama.

Vejam bem o Twitter. Uma invenção simples. Você tem 140 caracteres pra escrever qualquer coisa. A proposta do próprio site, é que você escreva o que está acontecendo, mas muita gente prefere utilizar pra outras coisas. Graças a Deus, né?
Um dia desses, viajando pelo Twitter, encontrei a página de um conhecido da época de escola, um daqueles camaradas bombados, burros, altos, com o queixo enorme que só conversavam sobre o que pegavam: mulheres, peso no supino, micro-pênis e grades de cerveja. Curioso com sobre o que um ser como este escreveria em seu Twitter, acompanhei seus desabafos por cerca de 3 dias, e como não me surpreender em descobrir que os anos passaram, mas seu cérebro continua o mesmo, igualzinho. Incrivelmente, a cada 10 ‘tweets’ do cidadão, 8 diziam algo como: ‘mamãe fez um almoço fera’, ‘depois desse pratão só dormindo mesmo’, 'academia partiu’, ‘tomei aquele banho agora’, ‘são firmino hoje é nóis lesk’ e ‘nossa que ressaca maldita’. Nem usar uma vírgula o cara sabia.
E o legal do Twitter é que ele tomou o lugar de várias outras ferramentas do cotidiano. As pessoas substituem o MSN pelo twitter. Afinal, pra que privacidade em nossas conversas de MSN, se no twitter todos os meus 7,5 seguidores (descobri que um anão me segue) podem ficar sabendo que eu conto pro @joaojunim que eu pego a irmã do @justapildes escondido? Tem gente sendo demitido por twitter, pedindo um lanche de noite, comprando coisa. Muito em breve estarão fazendo sexo por twitter e etc. Esses dias mesmo, um colega de sala não sabia o que escrever na questão da prova, e ao colar de mim, simplesmente escreveu na questão: RT @jofederici.

O Facebook não tem grande impacto na minha vida até agora. Eu entro lá de vez em quando, vejo que meus amigos continuam, dia após dia, me convidando pra participar de aplicativos onde você deve criar uma cidade, gerenciar uma lanchonete, matar crianças em escolas, plantar alguma coisa ou traficar drogas. Uma coisa interessante é aquele tal de Badoo, onde meus amigos respondem Sim, Não ou Talvez para perguntas como ‘você acha que Fulano já transou embaixo de uma ponte?’ ou ‘Fulano de tal te chamaria pra sair se você tivesse só uma sobrancelha?’. E pra saber a resposta, você tem que responder pelo menos umas 237 perguntas sobre seus outros amigos.

Não pode faltar o Orkut. Uma das maiores redes comerciais sociais existentes. Como não se alegrar com o fato de que pelo menos 125 vezes por semana, alguém enche minha página de recados com convites para boates, anúncios de festas, divulgações de sites de compras coletivas, vírus, vídeos da Ariadna do BBB (é esse mesmo o nome dele(a)?). Tudo isso patrocinado pelas eternas mudanças do Orkut, que nunca param de acontecer, sempre trazendo o que há de melhor para você divulgar alguma coisa. Recados coletivos, aquela área do ‘Promova’. Tudo pra você divulgar seu produto. Se dependesse de mim, eu já tinha mudado a categoria do Orkut, não deveria mais se classificar como rede social, já é uma rede comercial há muito tempo. Claro que não funciona assim, só porque algumas pessoas divulgam 436 coisas por dia no site, não devemos o chamar de rede comercial. Até porque, seguindo o mesmo exemplo, não é porque certos políticos levam suas mães nas festas do congresso brasileiro, que chamamos o lugar de puteiro.

Se você duvida do poder de uma rede social, encerro esse texto com uma proposta de teste: passe um tempo namorando, coloque fotos e mude seu status para ‘namorando’ ou ‘em relacionamento sério’ e fique assim por um tempo. Um belo dia declare-se solteiro na rede, e retire as fotos junto de sua querida, e veja o que acontece. Todas aquelas suas amigas que querem te pegar se preocupam com você, os amigos da balada, sua namorada em fúria, te mandando recado, depoimento, criando comunidade. Depois disso, é claro que seu namoro vai pro espaço, sua namorada vai ligar pra você xingando até sua terceira geração e dizendo ‘não vem com esse caô de que clicou errado’. É amigo, se você achava que você mandava no seu relacionamento, taí a prova. Quem manda é o Orkut.

Aqui vos fala um socializado

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ei você...

Ei, você no trânsito hoje, saindo da faculdade. Você mesmo, que não respeitou a rotatória e quase destruiu meu carro naquela chuva do caralho. E ainda se achou no direito de ficar puto, acelerou o carro e me deu uma fechada. Parou no sinal verde pra me deixar esperando, e tentou bater boca comigo através do carro, como se eu tivesse telepatia, ou falasse a língua dos animais. Vou te contar um segredo: o código de trânsito, em seu artigo 29, diz que tem preferência em caso de rotatória, o veículo que estiver circulando pela mesma. Infelizmente você não deve saber disso. Seu pai deve ter te dado um i30 no lugar de um Corolla porque deve ter gastado um pouco mais pra que você finalmente tirasse sua carteira, mesmo sem ter feito a merda das aulas que fariam de você um motorista UM POUCO melhor (pois convenhamos, esse tipo de educação se ganha em casa). Gostaria de te fazer uma recomendação: deixa um bilhete na sua carteira, bem protegido, dizendo que sua morte foi rápida e indolor, porque muito em breve você vai fechar um cara armado e tomar um tiro, ou amassar essa sua fuça beijando um poste. Vai ser um consolo pros seus pais, apesar deles serem culpados por boa parte desse seu comportamento de merda.

Ei você no trânsito, do dia-a-dia. Você mesmo que não respeita as leis mais óbvias, que visam a segurança das pessoas no trânsito. Você também vai se fuder um dia.

Ei você político. Você mesmo, que tá enfiando dinheiro no rabo, ao invés de resolver a merda dos problemas de alagamento da cidade. Ficar desviando de poça e buraco, uma hora vai causar acidente. Você é o representante máximo da população local, devia estar ajudando. Uma hora pode ser o seu carro, não acredito que você flutua pela cidade. Ah, mas você tem certa influência judicial, né? E se der tudo errado, desvia uma verbinha aqui, e pronto, tá pago o prejuízo.

Ei, você que violenta criança. Você mesmo, seu merda. É, não tenho outro jeito de te descrever, vai ser seu merda mesmo. Meus últimos estudos da área de pediatria me espantaram um pouco. E ainda tem animal que violenta sexualmente as crianças. Você que violenta sexualmente qualquer coisa: tem que virar donzela na cadeia mesmo. O código penal brasileiro (e aposto que o de grande parte do mundo) é duro com você, mas o DURO de verdade você só vai descobrir depois, colega.

Ei, você que põe a culpa da violência em jogos de computador e videogame. É, você que acha que pessoas entram em escolas e atiram em crianças porque dispararam tiros em alguns pixels de vez em quando. Amigo, eu sei que a tendência é jogar a culpa na situação mais idiota, mas cá pra nós? Tenta outra vez, vai. Não me lembro de crianças andando pela rua no GTA, nem nunca matei um idoso no Counter Strike. Conheço e participo de grupos que jogam computador, e nunca formamos um grupo de terroristas, nem saímos esfaqueando travestis ou botando fogo em moradores de rua. Violência gera violência, mas nunca vi essa transmissão de um mundo virtual para nosso mundo real. Mas já vi agressões em instituições de ensino (famoso bullying) acabarem mal, discussões em trânsito que dão em morte, e merda acontecer por causa de qualquer outro tipo de babaquice facilmente prevenida pela boa educação e bom senso, que deveria ser aplicada pelos pais, responsáveis, escola, governo, mídia.

Ei, você. É, você que tá lendo isso aqui pensando em como eu sou agressivo e uso “palavras de baixo calão”.

Vocês todos que eu citei aí em cima: VÃO TOMAR NO CU.

É chato que a minha iniciativa de criar o tão esperado espaço para divulgar meus pensamentos, desabafos, criações e tudo mais que me for conveniente tenha partido de um momento tão chato, onde um playboy retardado tentou me fuder no trânsito, pra mostrar que ele tem o orgulho dele. Apesar de ser um cuzão, tenho que te agradecer, pois agora tenho um lugar pra escrever, coisa que eu gosto de fazer.

Aqui vos fala um revoltado.